quinta-feira, dezembro 22, 2005

FELIZ NATAL!

"Por favor, nunca abandonem os animais, principalmente nesta época do ano, eles são os nossos melhores amigos, não coloque um amigo na rua"

Para todos os cibernautas que acreditam num mundo melhor, principalmente aos meus amigos, desejo um,

FELIZ NATAL e um BOM ANO NOVO!

sexta-feira, dezembro 16, 2005

Um Momento para alguém muito especial!

MOMENTOS
Pedro Abrunhosa

Uma espécie de céu,
Um pedaço de mar,
Uma mão que doeu,
Um dia devagar.
Um Domingo perfeito,
Uma toalha no chão,
Um caminho cansado,
Um traço de avião.

Uma sombra sozinha,
Uma luz inquieta,
Um desvio na rua,
Uma voz de poeta.


Uma garrafa vazia,
Um cinzeiro apagado,
Um Hotel numa esquina,
Um sono acordado.
Um secreto adeus,
Um café a fechar,
Um aviso na porta,
Um bilhete no ar.


Uma praça aberta,
Uma rua perdida,
Uma noite encantada
Para o resto da vida.


Pedes-me um momento,
Agarras as palavras,
Escondes-te no tempo
Porque o tempo tem asas.
Levas a cidade
Solta no cabelo,
Perdes-te comigo
Porque o mundo é um momento.


Uma estrada infinita,
Um anúncio discreto,
Uma curva fechada,
Um poema deserto.
Uma cidade distante,
Um vestido molhado,
Uma chuva divina,
Um desejo apertado.


Uma noite esquecida,
Uma praia qualquer,
Um suspiro escondido
Numa pele de mulher.


Um encontro em segredo,
Uma duna ancorada,
Dois corpos despidos,
Abraçados no nada.
Uma estrela cadente,
Um olhar que se afasta,
Um choro escondido
Quando um beijo não basta.


Um semáforo aberto,
Um adeus para sempre,
Uma ferida que dói,
Não por fora, por dentro.


Pedes-me um momento,
Agarras as palavras,

Escondes-te no tempo
Porque o tempo tem asas.
Levas a cidade
Solta no cabelo,
Perdes-te comigo
Porque o mundo é um momento

quinta-feira, dezembro 15, 2005

PENA DE MORTE!

Mas as crianças, Senhor, porque lhes dás tanta dor? Porque padecem assim?

Quando sabemos de casos como este, noticiado em todos os órgãos de informação, ficamos no mínimo gelados e incrédulos, depois, vamos a correr ler em que País bárbaro se deu tão horrendo crime. Mais horrorizados ficamos quando verificamos que é no nosso País de brandos costumes, que tal coisa aconteceu.

Brandos costumes! Adormecidos, impassíveis, insensíveis a tamanha dor de quem tem responsabilidades.

Afinal o que se passa no Meu País? Quando as queixas chegam, quando chegam, neste caso acho que sim, uma avó fez queixa aos respectivos serviços sociais. E o que se fez? NADA! Falamos todos agora sobre ese assunto, como falámos da Joana e de tantos outros. Depois... esquecemos e voltamos à letargia de sempre.

Alguém imagina o que é maltratar, violar e espancar um bebé de Mês e meio? MÊS e MEIO, meus Senhores do Governo, funcionários do Estado Português.

Onde anda esta gente? O que fazem quando são chamados e alertados para casos gravíssimos em que está em causa um bebé de Mês e meio, por suspeitas de maus tratos?

A Televisão portuguesa passa neste momento um programa intitulado Natal dos Hospitais, um desfile de vedetas que se pavoneiam em cima de um palco, em alegre convívio, indiferentes à dor e ao sofrimento, enquanto a Fátima Letícia, (deve ter o nome em honra da realeza espanhola) luta entre a vida e a morte. Estes programas servem para quê e para quêm? Audiências?

Cobre-se-me o rosto de vergonha pelo descalabro a que o povo português chegou. Capaz de cometer atrocidades tamanhas. Maltratar e VIOLAR um bebé de meses, é um crime horrendo, sem perdão, a pena de morte seria pequena para estes energúmenos que nunca deveriam ter sido país.

Deus erra muitas vezes, infelizmente, dá filhos a verdadeiros criminosos e esquece-se de quem os quer ter de todo o coração e não pode. Revolta? Sim! Muita revolta e dor.

Que Deus nos perdoe.

segunda-feira, dezembro 12, 2005

Agressão a Mário Soares



Quero expressar aqui o meu repúdio pela agressão de que o Dr. Mário Soares foi ontem vitíma.
Esta atitude só pode ser composta por desiquilibrio mental!
Com atitudes destas perde a Democracia e perde Portugal.
Notícia do Correio da Manhã.

Óbidos-Esculturas de Chocolate



Óbidos

Não necessito comentar este trabalho, as imagens falam por
si.
Bom Apetite!
(Imagens tiradas de telemóvel)

Esculturas de Chocolate




Simpatia precisa-se!

Hoje isto vai em jeito de queixa!

Queixa de um cidadão que se tem de deslocar a um hospital, por motivo de urgência.

Queixa essa que foi formalizada no tal livrinho de reclamações do Ministério da Saúde.

Ora bem, logo após me ter cortado num copo e verificado que o corte estava bastante feio e a hemorragia difícil de controlar e como àquela hora (20 horas) o serviço de saúde do Bombarral já estar fechado, tive de recorrer ao hospital das Caldas da Rainha.

Fui de carro e não de ambulância, um dado importante como vão ver, por ser mais rápido, por causa das burocracias.

Chegados ao dito Hospital, a mão bem enfeixada em gaze e com uma toalha por causa da quantidade de sangue que ainda emergia do corte. Como não ia de ambulância, ora aqui está o que eu me referia, um pouco lá atrás, tive de fazer primeiro a ficha, depois a triagem e só na minha vez, iria ser atendida.

Claro os meus familiares acharam esta situação absurda, devido ao meu estado, e tentaram saber o motivo da demora para um caso de um corte daquele tamanho e hemorragia, a “simpática” enfermeira que estava na triagem disse que eu tinha de esperar a minha vez, ofereceu “simpaticamente” uma toalha para colocar no corte, mas como ela estava a fazer o seu trabalho e eu só iria atrapalhar o “sistema”!! Eu tinha de ESPERAR a minha vez!!! Que esperasse na sala de espera, juntamente com os outros doentes, poucos.

Depois de termos reclamado novamente, fui mandada entrar e esperar lá dentro, pela minha vez. Esperei, pacientemente, nada mais podia fazer, enquanto o meu filho fazia a devida reclamação no livro de reclamações do Hospital.

Quando chegou a minha vez, fui vista por um médico que por sua vez nada pode fazer, senão chamar um cirurgião. Que só veio passado uma hora!
Eu sempre a perder sangue!!
Havia poucos doentes na urgência do Hospital das Caldas!

Senti pela primeira vez, a indiferença, superioridade e má vontade, num estabelecimento de saúde aqui no Oeste. O doente é tratado como coisa menor, sem o mínimo de simpatia e cordialidade, por parte de todo o pessoal hospitalar, que lá estava àquela hora.

Superioridade e prepotência que baste!

Como se nós, utentes, fossemos, transparentes, ou coisa nenhuma. Senti que estes senhores estão vários patamares acima de nós (doentes) e como nós nos sentimos humilhados, sós e indefesos.

Um sorriso, uma palavra simpática, um gesto de solidariedade, custa assim tanto para esta gente, que trabalha num sector tão delicado?

Todos temos problemas laborais e particulares, então porque não os largamos por umas horas e somos menos amargos e fazemos os outros mais felizes?

Um Hospital não tem de ser obrigatoriamente um purgatório de lamentações, reivindicações, reclamações e má cara! Há locais para isso.

Tentem ser um pouquinho mais simpáticos meus Senhores, para melhorar este País, que se está a transformar em autómatos sem vida. Cada vez mais os Portugueses são gente amorfa e triste.

Um sorriso pode salvar uma vida!

Sorriam por favor, acabam por receber em troca outro sorriso.

sábado, dezembro 10, 2005

Amnistia Internacional

Amnistia Internacional

10/12


A Amnistia Internacional é uma organização não-governamental de defesa dos Direitos Humanos.

Foi em 1961 que Peter Benenson, um advogado inglês, decidiu criar um movimento que actuasse de forma efectiva para evitar violações dos direitos dos cidadãos ocorridas em todo o mundo. Pensou em criar uma rede de pessoas que pudessem, uma vez informadas de casos particulares de violação de direitos humanos, escrever cartas-apelo às entidades governamentais responsáveis. Foi assim que nasceu a Amnistia Internacional.

O mandato da Amnistia Internacional inspira-se directamente na Declaração Universal dos Direitos do Homem, criada pelas Nações Unidas (ONU) em 1948. Contudo, são fundamentalmente os direitos ditos de primeira geração - o direito à vida, a não se ser sujeito a tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes, e o direito à liberdade de expressão e opinião, que são objecto do trabalho dos mais de um milhão de voluntários que fazem a AI.

Os pontos-chave do mandato da Amnistia Internacional são a oposição à aplicação da pena morte, em todos os casos; a oposição a todo e qualquer tipo de tortura, ou tratamento cruel, desumano ou degradante; a luta pela libertação incondicional de todos os prisioneiros de consciência: pessoas que não usaram nem advogaram o uso da violência, presas devido apenas às suas opiniões, à sua raça, religião, ou sexo.

A Amnistia Internacional é representada em Portugal pela Secção Portuguesa, com sede em Lisboa, na Rua Fialho de Almeida, 13, 1º; além de estar presente um pouco por todo o país, através de grupos locais como o nosso.

sexta-feira, dezembro 09, 2005

John Lennon


Recordar um mito!

John Winston Lennon

Data de nascimento e morte
Nasceu em 09 de Outubro de 1940
Assassinado em 08 de Dezembro de 1980


terça-feira, dezembro 06, 2005

Velhos!


Velhos!

Arrastando os passos cansados
Levando no rosto enrugado, mil sonhos
O velho caminha, tropeça, hesita.
Como uma criança nos primeiros meses de vida
Caminha até o banco do jardim

Sentasse exausto no banco
O peito cansado
A vida foge-lhe por entre os dedos
Uma lágrima escorre-lhe pela face
Curtida pelo sol!
Saudades…

Do tempo perdido
Da infância,
Do amor,
Dos filhos,
Dos netos!

Tudo está longe,
Perdido nas grandes cidades.
Perdido no tempo
Nas redes de uma vida,
Que já foi tua
Sem paragens.

Olho para ti, velho de mãos vazias
Corpo frágil, curvado pelo peso dos anos
Olho para ti, e sinto uma amargura tamanha
Porque esperas?

Já foste jovem,
Cantaste ao vento, ao sol, à chuva.
Trabalhaste de sol a sol.
Deste pão a quem tinha fome,
Deste alegria e vida,
Deste amor e amaste.

Amaste perdidamente...
Todos os que te rodeavam,
Tinhas uma casa cheia,
Lembras-te?
Ah… como corriam as crianças!
Como riam as mulheres.
Falavam os homens!

De que falavam, lembras-te?
Da politica, baixinho, chiuuuu… era proibido!!
Da terra, das colheitas, do gado
Tanta coisa… e tu …
Tu comandavas tudo
Eras o maioral, eras o maior…
Agora…
Aqui sentado num banco de um jardim qualquer
Só…
Recordas, o tempo perdido
E essa lágrima teimosa
Que corre pala tua face,
São pedaços de vida
De vida perdida
E tu esperas…
Esperas!

Franky

segunda-feira, dezembro 05, 2005

Sergio Godinho!



Lisboa!
Sérgio Godinho é Lisboa.

Sérgio Godinho, faz parte do meu imaginário. Da Lisboa que eu amo!
Apesar de ser do Porto, Sérgio Godinho, fala-nos de Lisboa como se lhe pertencesse, com alma, com razão, com coração.
As composições dele são o nosso pensamento, o nosso dizer. E porque o outro dia um amigo escreveu sobre Sérgio e Caetano, que em parceria cantam esta música, eis aqui a letra para quem gosta.


Lisboa que Amanhece!

Cansados vão os corpos para casa
Dos ritmos imitados doutra dança
A noite finge ser
Ainda uma criança de olhos na lua
Com a sua
Cegueira da razão e do desejo

A noite é cega, as sombras de Lisboa
São da cidade branca a escura face
Lisboa é mãe solteira
Amou como se fosse a mais indefesa
Princesa
Que as trevas algum dia coroaram

REFRÃO:

Não sei se dura sempre esse teu beijo
Ou apenas o que resta desta noite
O vento, enfim, parou
Já mal o vejo
Por sobre o Tejo
E já tudo pode ser
Tudo aquilo que parece
Na Lisboa que amanhece

O Tejo que reflecte o dia à solta
æ noite é prisioneiro dos olhares
Ao Cais dos Miradoiros
Vão chegando dos bares os navegantes
Amantes
Das teias que o amor e o fumo tecem

E o Necas que julgou que era cantora
Que as dádivas da noite são eternas
Mal chega a madrugada
Tem que rapar as pernas para que o dia
Não traia
Dietriches que não foram nem Marlénes

REFRÃO

Em sonhos, é sabido, não se morre
Aliás essa é a Única vantagem
De após o vão trabalho
O povo ir de viagem ao sono fundo
Fecundo
Em glórias e terrores e aventuras

E ai de quem acorda estremunhado
Espreitando pela fresta a ver se é dia
E as simples ansiedades
Ditam sentenças friamente ao ouvido
Ruído
Que a noite se acostuma e transfigura

REFRÃO

Na Lisboa que amanhece

As entrevistas aos candidatos a Belém!

As entrevistas para as eleições presidenciais na TV, chegaram ao fim e eu ainda não consegui ficar, nem convencida nem elucidada de coisa nenhuma.

Louçã, pouco coisa ficou, pouco sumo, alguma ambiguidade por parte do candidato e nada mais.

Manuel Alegre, para ouvir com atenção!

Cavaco Silva, não me convenceu, achei-o frio, impessoal, calculista e convencido, de quê? não sei. O que é mais grave, acheio o professor permaturamente envelhecido, não só o rosto está marcado pela névoa da ancianidade, como é um rosto triste e cansado.
A Dr. Judite de Sousa estava a jogar em casa, trabalho facilitado, para os dois, candidato e jornalista. Imparcialidade precisasse.

Mário Soares, não está tão velho como eu pensava, o ataque por parte da senhora Jornalista foi serrado, mas ele defendeu-se muito bem. Esteve um pouco agressivo, defensivo, talvez. Quis, ou tentou, falar do seu programa Presidencial mas não conseguiu, não lhe deram hipóteses. Falou-se muito de outros candidatos e de guerras entre eles, que a bem da verdade a nós, votantes, pouco importa. Avancemos Senhores, avancemos!
Assim é difícil, as entrevistas deveriam ser orientadas, mas não manipuladas.

Jerónimo de Sousa, esteve fraco desta vez, a meu ver, claro, muito simpático como sempre, mas vazio de ideias. Ficámos a saber de algumas coisas interessantes, sobre como podia ter havido alianças entre partidos da esquerda, para estas eleições, podia, mas não houve. Por culpa de alguém! Como sempre, a culpa morre solteira.

Gosto mais de debates do que entrevista, apesar de ultimamente o modelo utilizado em TV também não me agrada muito. Não dialogam entre si, os diversos candidatos. Mandam recados pelos moderadores, que esses sim, chutam a bola, entenda-se a, palavra. Não gosto!
Ainda recordo com saudades, da entrevista a dois grandes políticos, Mário Soares e Álvaro Cunhal. Frase célebre ficou desde então: “Olhe que não Doutor, olhe que não”. Ficávamos horas a ouvir a saudável e inteligente “discussão” entre estes dois grandes monstros da política Portuguesa.
A Dr. Judite de Sousa esteve sempre mal a meu ver, salvo na entrevista a Cavaco Silva, como é lógico. Aguardemos então os debates.

Ah!! Os outros candidatos, não têm direito a dar entrevistas!
Hoje dia 5 de Dezembro, temos o 1º debate, este deveras interessante, Manuel Alegre versus Cavaco Silva, a não perder.

domingo, dezembro 04, 2005

Tributo a um amigo!

Depois de alguns dias de grande luta, chegou a hora da partida. Adeus amigo Gary (cão). Fica a saudade e as recordações. Um beijo para o Gary (dono).
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Há amigos que marcam em nós uma vida!

Há um amigo meu que neste momento, sofre com o sofrimento do seu outro amigo. Eu sei que ele está a sofrer imenso com a possível perda do seu grande amigo, mesmo que o não diga, mesmo que ironize, que disfarce, mas a dor e a raiva pela impotência perante a doença e a ameaça da morte, esta lá, dentro do seu coração.

Almejo o melhor para ti, amigo lindo, que sofrer e lutas pela vida!

Eu sofro convosco e desejo que melhores o mais depressa possível. Mas se assim não for... choro por ti. Porque és grande, és o maior!

Força amigo, luta contra a dor, luta contra a raiva. E chora, o nosso amigo merece.

Força amigo, luta contra a doença que se apoderou de ti e não te quer largar.

Juntos vão vencer esta etapa tão difícil para vocês.

Mil beijos para os meus dois amigos!

quinta-feira, dezembro 01, 2005

PARABENS!!

Não posso deixar passar este dia, 1 de Dezembro sem mandar os meus parabéns para uma menina muito especial, a minha neta virtual, a Mariana.



Mafy, que este dia te traga sempre muita felicidade, por teres a honra de ser mãe da Mariana e à Mariana por ter uma mãe linda como a Mafy.

PARABÉNS ÀS DUAS!!


Para as duas um grande beijo e Salve o dia 1 de Dezmbro!



Fernando Pessoa



FERNANDO PESSOA
Faz hoje 70 anos que Fernando Pessoa partiu para parte incerta! Ficaram os poemas de um homem só.
A sua obra, a nossa história.
Desde cedo, Fernando Pessoa inventara seus companheiros. Mas seria no dia 8 de Março de 1914 que os heterônimos começariam a aparecer com toda a força. Neste dia, Pessoa escreve, de uma só vez, os 49 poemas de O Guardador de Rebanhos, de Alberto Caeiro. Como resposta, escreve também os seis poemas de Chuva Oblíqua, que assina com seu próprio nome. Logo, inventaria Álvaro de Campos e, em junho do mesmo ano, Ricardo Reis. Um semi-heterônimo de Pessoa, Bernardo Soares, em 1982 teve sua obra, o Livro do Desassossego. Álvaro de Campos e Ricardo Reis, assim como o próprio Pessoa, consideravam-se discípulos de Alberto Caeiro, mas cada um seguiu os ensinamentos do mestre à sua forma, e chegaram até a travar uma polêmica muito interessante sobre o fazer poético. A última frase de Fernando Pessoa foi escrita em inglês no dia de sua morte: “I know not what tomorrow will bring” ou “Eu não sei o que o amanhã trará”
O amanhã trouxe para Fernando Pessoa uma admiração crescente. Suas obras foram aos poucos sendo publicadas e ele é considerado hoje, ao lado de Camões, um dos dois maiores poetas portugueses de todos os tempos. Nenhum poeta, em língua portuguesa, obteve tanto prestígio em todo o mundo. O obscuro e modesto lisboeta tornou-se, assim, um nome importante em todo o mundo. Graças ao poder da palavra. Graças à magia da poesia.
"Quanto mais eu sinta,
quanto mais eu sinta como várias pessoas,
Quanto mais personalidades eu tiver,
Quanto mais intensamente, estridentemente as tiver,
Quanto mais simultaneamente sentir com todas elas,
Quanto mais unificadamente diverso, dispersadamente atento,
Estiver, sentir, viver, for,
Mais possuirei a existência total do universo,
Mais completo serei pelo espaço inteiro fora."
"Fernando Pessoa"
//

Navegadores antigos tinham uma frase gloriosa:
"Navegar é preciso; viver não é preciso".
Quero para mim o espírito desta frase, t
ransformada a forma para a casar como eu sou:
Viver não é necessário;
o que é necessário é criar.

Não conto gozar a minha vida; nem em gozá-la penso. Só quero torná-la grande,

ainda que para isso tenha de ser o meu corpo e a (minha alma) a lenha desse fogo.
Só quero torná-la de toda a humanidade;

ainda que para isso tenha de a perder como minha. Cada vez mais assim penso.
Cada vez mais ponho da essência anímica do meu sangue o propósito impessoal de engrandecer a pátria e contribuir para a evolução da humanidade.
É a forma que em mim tomou o misticismo da nossa Raça.

Fernando Pessoa

///

Não sei quantas almas tenho.

Cada momento mudei.

Continuamente me estranho.

Nunca me vi nem acabei.

De tanto ser, só tenho alma.

Quem tem alma não tem calma.

Quem vê é só o que vê,

Quem sente não é quem é,

Atento ao que sou e vejo,

Torno-me eles e não eu.

Cada meu sonho ou desejo

É do que nasce e não meu.

Sou minha própria paisagem;

Assisto à minha passagem,

Diverso, móbil e só,

Não sei sentir-me onde estou.

Por isso, alheio, vou lendo

Como páginas, meu ser.

O que segue não prevendo,

O que passou a esquecer.

Noto à margem do que li

O que julguei que senti.

Releio e digo : "Fui eu" ?

Deus sabe, porque o escreveu.

Fernando Pessoa

Fernando Pessoa ele mesmo o autentico:

"O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente

Que chega a fingir que é dor

A dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve,

Na dor lida sentem bem,

Não as duas que ele teve,

Mas só a que eles não têm."

Fernando Pessoa

http://fredb.sites.uol.com.br/pessoa.html