quarta-feira, agosto 30, 2006

""O nosso Poema""



Há um ano, as noites eram passadas em amena cavaqueira “à volta” do MSN, como noutros tempos se fazia à volta da lareira. Outros tempos. Novas aventuras. Grandes conversas! Grandes discussões. Grandes amigos!
As janelas do MSN, chegavam a ter 12 participantes, claro que caía sempre o “12” e nós riamos, desafiando as novas tecnologias, entrava um, caía outro. As madrugadas eram a nossa grande aliada. Amigos, éramos muitos e bons. Os temas de conversa eram os mais variados. Dáva-mos-nos apoio, ajuda, deixávamos desabafos, confissões, segredos e tanta coisa que o tempo teima em não esquecer.

Uma noite, talvez no mês de Maio de 2005, estávamos uns 4 ou 5 em animada tertúlia, começámos a teclar frases sem sentido ao princípio, ao que o outro respondia, e mais outra frase e mais outra resposta. Fomos conjugando palavras, entrelaçando o verbo amar com a saudade, o sonho, a felicidade e outros adjectivos similares.
Foi assim durante mais de uma hora, frases trocadas, palavras lançadas para o ar, que o outro tinha de dar seguimento. fizemos um poema com palavras tecladas à distância. E o poema nasceu! O nosso Poema!

Um poema dos tempos modernos, feito no MSN, sem se verem os rostos mas adivinhando-se os sentimentos.

Esse poema foi transcrito aqui para o meu Blogue, em Junho do ano passado.
Hoje, passado mais de um ano, esse post teve uma resposta, uma mensagem escrita por um desses amigos que colaborou nesse poema. Uma pessoa linda, que sabe cuidar da vida e dos amigos como ninguém.

- Mafy, dizes que choraste ao ler de novo o que escrevemos em conjunto. Sim, também eu chorei por tudo que a nossa amizade vale, pelos bons tempos que vivemos e dos quais tenho tanta saudade.

A ti, Mafy, ao Jotinha, A Ana e à Lapinrouge um beijo enorme de amizade e saudade.
A todos retribuo a minha amizade.

“ O nosso poema”


Vi a tua cara na lua
Estavas branca como a neve
Que pele lisa e pura
Quase virgem, quase nua

Não vás, não vás para a rua
Que as estrelas te iluminem
E os Homens te adorem
E sintam o teu perfume no ar,
Que todo o universo te ame como eu
Como uma rosa morta atirada ao vento...

Cujas pétalas esvoaçam nos seus braços lânguidos
Oh...cálida amada
Venho aqui dar um contributo a este tópico....
um contributo diferente...
Especial....Muito Especial, mesmo!

Alma triste que divagas, encosta-te a mim
De sonhos perdidos e esquecidos.

Na escuridão das almas
Revelo o teu nome
Fico cheio! Fico Louco!
Não porém, sem antes te beijar...
Para poder recordar cada traço teu

Cada cheiro, cada perfume, cada movimento
É meu, em cada momento nosso
E anseio mais...
Nessas horas em que permanecemos eternos
E paramos o tempo que teima em nos separar.

Em que quero agarrar essas tuas mãos que se afastam
Estico as minhas mãos no vazio, à procura do teu rosto,
Que está reflectido na lua
Separados... Já mais nada importa....
Ficam os rostos que a memória abarcou

Filamentos da luz do teu olhar
Gela-me a alma e choro por ti!
Valerá a pena? Pergunto-me...
Do teu peito jorra a saudade eterna
De não poder voltar a percorrer os sonhos contigo.

Arranco com raiva esta dor, ficam comigo os doces momentos...
E recordo-te como a mais bela recordação,
Bem gravada no meu coração
Não só porque exististe...Mas porque um dia foste minha
E ainda conservo fragmentos do nosso Mundo extinto

Que um dia percorreu a lua e o céu
Cravo em mim a tua imagem...
Ou será uma miragem?
Não! Queimas-me de dor com a tua ausência
E tenho medo de te esquecer...

Por isso escrevo o teu nome a fogo e mel
O teu silêncio são espadas no meu peito,
Que me destroem lentamente
És a canção que só eu sei cantar, que só eu sei de cor
E que canto para decorar, para que todos conheçam a nossa história

Que todos vejam a tua cara na lua
Que se calem todas as vozes do Mundo,

para ouvir o teu nome...
Para que saias à rua...
Não ao meu lado, mas dentro de mim,

inerte e eterna
E espero todas as noites,
encontrar-te nos meus sonhos

Algures na manhã dos tempos
Basta-me um sorriso teu para ser feliz,
E não importa o que o Mundo diz,
Quando o que se sente fica tão distante do que se fala...
Como uma folha abandonada pelo vento.

sexta-feira, agosto 25, 2006

Plutão existe, ou não???

Plutão existe sim, existe nas memórias de quem à força de muito trabalho decorou o seu nome, lá bem no fim da fila, escondido atrás de Neptuno e de tantos outros planetas do nosso Sistema Solar!
Na escola eu tinha um grave problema com Plutão!! Nunca dizia o seu nome e quando o dizia, era sempre incorrectamente, por ele e só por culpa desses miserável "planeta-anão" levei eu muitas reguadas. Porque lhe trocava o nome para Platão? Porque omitia o seu nome? Porquê a minha fraca visão não o via lá onde ele se encontrava? Porquê parava sempre inconscientemente em Neptuno?

Sempre tive um sexto sentido para estas coisas, previsões dizem alguns! Pois!! Eu sabia que ele um dia havia de desaparecer! Para que tanto trabalho então? Tanto sofrimento? Malvado seja Plutão!

- O nosso sistema solar consiste de uma estrela média, a que chamamos o Sol, os planetas Mercúrio, Vénus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Úrano, Neptuno e Plutão.

A voz da professora, D. Lígia, era assim que lhe chamavamos naquele tempo, sem direito a Dr., ainda ecoa nos meus ouvidos, quando explicava a matéria, era uma professora austera, exigente e fria, muito diferente das “próf” dos nossos dias. Do alto dos seus quase 2 metros ela gritava de régua em punho. - Quantos planetas tem o sistema Solar? E eu ficava encolhida, lá atrás, quase debaixo da carteira. É agora, pensava eu! A régua a tamborilar na tampa da minha carteira, o silêncio afligia a sala de aula, ninguém falava, ninguém respondia! O meu nome foi bradado de tal forma que fiquei sem respirar… É agora… tenho de dizer. Comecei devagarinho, só num fio de voz…

- Mercúrio, Vénus, Terra, Marte, Júpiter… Saturno…. Úrano …. e… e… Neptuno!!! Ufa… respirei aliviada. Consegui! Sorri, devagarinho e a medo abri um olho, ela continuava ali, de cara fechada, respirando aceleradamente! Pronto, estou feita, pensei! Enganei-me de novo! Faltou o tal, o pequenino, o malvado Platão, perdão, Plutão! Aquele que fica lá bem no fim da fila.

- Estica a mão! Gritou a D. Lígia! Fazia muito frio naquele dia no Alentejo, as mãos estavam geladas! A planície alentejana estava gelada. E a minha alma tremia.

Estiquei a mão devagarinho. A régua caiu implacável sobre ela, uma, duas, três vezes! Eu não entendia, nunca entendi! Era Plutão o culpado?

Afinal para quê se um dia havia de desaparecer! Amanhã, outra menina, numa outra escola, num outro mundo, já não precisa chorar porque esqueceu Plutão.

Sinto-me vingada! Fiz desaparecer Platão, perdão Plutão!

Mulher amor!


Ser mulher é ser somente

Mulher amante

Mulher dor

Mulher Amor

Mulher calada

Mulher desesperada

Mulher querer e não querer

E sonhar…


Mulher!

É ter medo do infinito

É querer e ter

Sonhar e perder

E amar perdidamente

E assumir …


Mulher é

Acalentar na alma um amor ardente

E aconchegar nos braços um amor perdido

Recordar um amor ausente

Embalar um amor carente

E calar…


Mulher

É saber perder

E calar!
Franky

terça-feira, agosto 15, 2006

Portugal a arder!!

Fui rebuscar um texto escrito por mim, neste blog, o ano passado mais ou menos por esta altura.

O tema Incêndio, o drama o mesmo!

Hoje o post é dedicado à jovem Bombeira do Bombarral que morreu no fogo de Porto de Mós! Uma morte inglória em beneficio da alienação e maldade de um louco.

É com imensa tristeza que vejo o meu País a arder novamente. A imagem de ver aquela gente, a sua mágoa, a sua angústia, chorando e gritando desesperadas, é dolorosa! Já nos habituámos a ver estas imagens anos e anos seguidos, como fazendo parte do nosso quotidiano. Chegamos a ficar indiferentes ou como dizia alguém no café no outro dia, “eu já nem vejo TV, não suporto ver os fogos, é preferível ignorar”! Ignorar!! Como se assim conseguissem acabar com a tristeza e miséria em que famílias inteiras ficam mergulhadas.

A Paisagem modifica-se, veste-se de negro. Negro de dor, de miséria, de revolta, de sofrimento. Cada ano que passa, ficamos mais pobres. A floresta mais negra! O País mais triste. Morre gente jovem que luta contra o monstro, que avançando implacável consome tudo à sua passagem. Os bombeiros exaustos descansam ali mesmo ao lado do inimigo que traiçoeiramente lhes rouba a vida. Os colegas e os amigos de quem perdeu a vida nesta batalha sem fim, não se revoltam, lamentam baixinho aquela dor, enxugam a lágrima que teimosa lhes rola pela face suja de fuligem, curtida pelo sol e voltam à luta. Há mais um fogo para apagar. Há pessoas e animais para salvar! É preciso salvar este País. Mesmo que para isso alguns destes bravos homens e mulheres fiquem pelo caminho.

Portugal veste-se de negro, assim como aquele velho que com dor na alma chorava baixinho tudo o que tinha perdido, mas seguia caminho porque ainda tinha muito que fazer. Muito que fazer! Com 90 anos, e toda uma vida destruída pela incúria dos que nada sabem na vida. Começar de novo, dizia a locutora, mas como é possível começar de novo? Onde ficam os sonhos? As lembranças? Ficam nas pedras calcinadas, num pedaço de madeira queimado. Aqui e ali um lugar onde ontem encontraram a felicidade, uma parede, uma laje um ou outro objecto carcomido pelo fogo e pouco mais, há lágrimas negras de raiva, de impotência, e sem saber como passasse a odiar algo ou alguém que desconhecem.

Com os passos trôpegos e desequilibrado devido a tão avançada idade, caminham pelos terrenos de terra queimada, à procura de algo que tenha sobrado, algo que o fogo tenha poupado e traga à lembrança aqueles dias que pertencem ao passado e não podem voltar nunca mais. Só resta a desolação, a morte anunciada.

Mas o País segue o seu rumo, sem se voltar para ver esta desgraça que cada vez calha a mais gente, o País veste-se de negro e os homens, aqueles que podem, nada fazem. Como é o futuro destes velhos que tanto trabalharam para ter um cantinho e um pé-de-meia que lhes possa dar um futuro minimamente garantido? Quem lhes dá as recordações de uma vida?

Deixam cair os braços com o peso da raiva e do desespero, mas há alguém que diz que tem de trabalhar e não pode ficar ali à conversa. Tem 90 anos!!

Por este velho de 90 anos, que sabe que tem de refazer a vida mas não desanima, pela Viviana que tinham somente 29 anos e por todos os Bombeiros do meu País, que tem de lutar e vencer as chamas da desgraça e da morte, vai a minha simples mas sentida homenagem. Bem hajam.

Exposição!

Stand da Arte em Movimento na Feira da Pêra no Bombarral

Stand da Arte em Movimento na Feira da Pêra no Bombarral

O prometido é devido, mas neste caso por diversos motivos já com bastante atraso, por esse motivo as minhas desculpas aos interessados.
A exposição da Arte em movimento na Feira da Pêra no Bombarral decorreu melhor do que eu esperava, com bastante afluência e interesse por parte do público e das entidades oficiais que se deslocaram ao evento. Foi uma experiência agradável e gratificante.

A todos os que e me visitaram quero aqui expressar o meu agradecimento.