terça-feira, novembro 28, 2006

Mário Cesariny

Em todas as ruas te encontro

Em todas as ruas te encontro
Em todas as ruas te perco
conheço tão bem o teu corpo
sonhei tanto a tua figura
que é de olhos fechados que eu ando
a limitar a tua altura
e bebo a água e sorvo o ar
que te atravessou a cintura
tanto, tão perto, tão real
que o meu corpo se transfigura
e toca o seu próprio elemento
num corpo que já não é seu
num rio que desapareceu
onde um braço teu me procura

Em todas as ruas te encontro
Em todas as ruas te perco

Mário Cesariny

quarta-feira, novembro 22, 2006

Saudades de alguém

Saudades de alguém

Lembranças
Desse teu olhar
Que não esqueço
Desse teu sorriso
Que me embriaga
Desse teu amar
Que me enlouquece

Estas saudades em mim
De lembrar o meu passado
Que não me deixa viver,
Este desejo de te amar
Que me desespera,
E me atormenta em silêncio!

Quisera eu renascer
No silêncio dos meus dias.
Das ausências de mim
Nas memórias de alguém

Ah! Solidão, solidão!
No silêncio dos teus passos
Na ausência do teu corpo
Marcado em mim a fogo,
E que a chuva teima em lembrar
Trazendo a saudade!


segunda-feira, novembro 20, 2006

Natal branco!

Foto tirada da Net

Para mim o Natal, tem de ter cheiros de musgo, de presépios, de sonhos.

Quando chegava Dezembro, com um frio de bater o dente, vestida a rigor, botas, cachecol e luvas nas mãos, lá partia eu pelos campos, à procura de um musgo bem verdinho e fofo.

Regressava sempre carregada, com medo que não chegasse todo aquele musgo que tinha escolhido para o meu presépio.

Arranjava um cantinho lá de casa, com a ajuda da minha mãe e da minha irmã e armávamos o Presépio.

A cabana era a primeira coisa a ser construída, feita de papel grosso. Uma grande Estrela anunciando a Boa Nova.

Depois as figuras de Maria e de José. A seguir, o menino Jesus, muito pequenino, aconchegado sob os panos que a sua mãe tinha arranjado, naquela humilde cabana, dormia deitado na manjedoura, que lhe servia de berço.

A vaquinha e o burrinho, bem pertinho para aquecer o menino, com o seu bafo, pois no Alentejo fazia muito frio nesta época do ano.

Os caminhos eram feitos com areia que eu ia deixando cair por entre os meus dedos pequeninos. Os poços eram bocadinhos de vidro que brilhavam com as lanternas de azeite que eu acendia em honra de tão ilustre família. As ovelhas e os borregos, figurinhas de barro, perfilavam-se por entre os arbusto, para verem o menino de perto, comandados pelos pastores, também de barro.

Os Reis Magos, Belchior, Gaspar e Baltazar, chegavam de longe, cheios de presentes. Ouro, Incenso e Mirra, que significavam a Realeza, a Divindade e a Imortalidade do novo Rei.

A neve caia incessante em farrapos de algodão, mas o céu era sempre de um azul intenso com muitas estrelas feitas de papel de prata!

Eu ficava ali parada, sentada no chão, a imaginar como seria no tempo em que Ele nasceu, lá muito longe, onde a minha imaginação não chegava.

As prendas, poucas, apareciam na chaminé, no dia seguinte, trazidas por aquele Menino tão pequenino!!

O Natal da minha infância era branco. Não existia Árvore nem Pai Natal.

Este ano, pelo Natal, vou fazer novamente um presépio para receber o Menino em minha casa. Porém, já não tenho musgo, já não tenho sonhos, já não tenho ilusões.

As Árvores de Natal, inundam os lares, os centros comerciais e as ruas, Os "Pais Natais", sobem as varandas e passeiam-se pelos zonas comerciais. São às dezenas, centenas, para anunciar a boa nova!!

Hoje sei que naquela terra distante, onde este Menino nasceu, há guerras e outros meninos que não têm sonhos. Que os seus Natais se vestem de vermelho, de dor e sofrimento.

Quem me dera ser de novo criança e sentar-me ali no chão em frente do meu presépio de criança e sonhar.


quinta-feira, novembro 16, 2006

Parabéns Repórter amigo!


AMIGO


Quero ser teu amigo
Nem demais e nem de menos
Nem tão longe e nem tão perto
Na medida mais precisa que eu puder
Mas amar-te como próximo, sem medida,
E ficar sempre em tua vida
Da maneira mais discreta que eu souber
Sem tirar-te a liberdade
Sem jamais te sufocar
Sem forçar a tua vontade
Sem falar quando for a hora de calar
E sem calar quando for a hora de falar
Nem ausente nem...


Nem ausente nem presente por demais,
Simplesmente, calmamente, ser-te paz.
É bonito ser amigo,
Mas confesso,
É tão difícil aprender,
Por isso, eu te peço paciência
Vou encher este teu rosto
De alegrias, lembranças!
Dê-me tempo
De acertar nossas distâncias!

Fernando Pessoa

Olá Tó

Perguntei-te o que querias neste dia especial, respondes-te, SAÚDE!! Calou cá dentro do meu peito o teu pedido tão especial, pudesse eu e dar-ta-ia sem reservas, porém, em troca daquilo que eu não posso dar, desejo com toda a força do meu coração, toda a saúde do mundo para ti, meu amigo.

Abençoado o dia em que tive o privilégio de te “conhecer”, porque pessoas como tu, não é fácil encontrar na vida. E porque estas amizades nos enriquecem, nos valorizam e nos engrandecem, desejo que recuperes a tua saúde e tenhas as maiores felicidades juntos dos teus.

Um abraço do tamanho do mundo

Da sempre amiga

Franky


terça-feira, novembro 14, 2006

O que eles dizem!!



‘Percepções e Realidade" de Santana Lopes!!

O “Enfant Terrible”, resolveu fazer uma “reentre” à sua maneira .

Sem se preocupar com a memória dos portugueses, ele escreveu um livro com a suas verdades.

A poucos dias de fazer anos da queda do seu governo, eis aqui neste livro, o que o Dr. Santana Lopes pensa de si mesmo e igual a si mesmo, sem surpresas, sem sobressaltos, vai acusando tudo e todos! Dispara setas para todos os lados, dentro e fora do seu partido.

Os homens inteligentes e de carácter, ponderam sobre as suas atitudes, actos e acções, refugiando-se muitas vezes no silêncio, refletindo. A História se encarregará de lhes fazer justiça. Outros porém, resolvem ser eles a fazer a História. Santana Lopes faz a sua História. Mas a memória de um povo, essa não é curta!




Mantorras

Quando este menino veio para Portugual eu li a sua história e chorei. Chorei por ver o que à muito tempo os meus olhos não liam. Um Homem menino com H grande, humilde, simples, amigo do seu amigo, amigo da sua família. Continuei a seguir a sua permanência ou não, no futebol, coroada de azares, que nem sempre acontecem, mas que ao Mantorras vem acontecendo infelizmente. No entanto, e se calhar porque eu tenho uma certa curiosidade por este menino grande, de coração enorme, tenho reparado que ultimamente a sua vida se transportou como por artes magicas e por força da má língua para as revistas cor de rosa. (Quem já esqueceu as notícias do pseudo romance com a Filipa Gonçalves?)

De repente Pedro Mantorras lembrou-se que tinha sido mal tratado aquando do jogo com o F.C.Porto, no passado dia 28 de Outubro e resolveu vir agora, passado quase um mês, protestar para os jornais. Porque não apresentou queixa logo na altura?

Diz ele que lhe chamaram de “preto” e que o mandaram para a sua Terra. Ele também diz que estes comportamentos o deixam muito triste que são coisas que marcam e doem muito.

Acredito que doam, mas uma coisa é certa, eu não acredito que exista assim tanto racismo neste país de brandos costumes, a não ser uma outra excepção, mas isso há em todo o lado, a morte de uma andorinha não desfaz a primavera. Tenho pena que o Mantorras esteja tão mal aconselhado e de vez em quando por forças sei lá de que ou de quem, tenha de vir à ribalta dizer de sua justiça.

-Tenho orgulho de ser o que sou, diz Mantorras a dado passo da sua entrevista ao jornal. Continua a ter esse orgulho Mantorras, pois há muitos portugueses como eu, que sentem orgulho por terem o Mantorras entre nós.






Luis Filipe Menezes

O presidente da Câmara de Gaia, Luís Filipe Menezes, prometeu ontem “cortar o [seu] dedo mindinho” se as obras do Centro Cívico do concelho não arrancarem “nos próximos seis meses”.

Se a moda pega, vai haver por aí muito autarca sem mãos!! Ou será só mais uma promessa de um político?




Abrindo a Janela!


Decidi entreabrir a janela deste blogue. O tempo lá fora continua quente. O verão parece nunca mais acabar. É verão de S. Marinho, dizem, mas este Verão já vem desde Agosto!

Neste Outono os dias continuam quentes, a chuva só vem visitar-nos de vez em quando, mas quando resolve aparecer vem com tanta vontade que é certo e sabido que vai causar problemas. Tem sido assim todo o Outono e se bem que o Natal já nos acena, o calor a meio do dia chega a ser incomodo. Os termómetros continuam a marcar temperaturas altas para a época do ano.

O Natal! Pois o Natal como tem sido hábito nestes últimos ano, cada vez chega mais cedo. Por este andar qualquer dia começamos a decorar as casas e as ruas em Agosto. Já há Pais Natais (ou será Pai Natal?) a subir as varandas num esforço titânico de chegar e vencer a vontade dos simples mortais. Qual crise, qual luta por políticas desavindas, é Natal e o homem sonha! E sonha cada vez mais cedo, no desejo de se enganar a si próprio.

O Natal é cheiro a lenha, a musgo, a terra molhada, a frio que enregela as mãos e a alma da gente. Natal é imagem branca. Natal é a lareira que nos acalenta a alma, é a correria desenfreada por entre a chuva fria na procura do último presente. Ahhh... mas falta mais um para a mãe. E o pai, já tem tudo? Esqueci! E agora, está tudo a fechar e é quase meia noite! Um corre, corre que nos dá um brilho no olhar e nos aquece por dentro.

Mas agora as coisas já não são bem assim, as compras de Natal fazem-se em Agosto ou em Setembro, com calor insuportável, ou em Novembro igualmente quente. Os tempos estão mudados. Já não chove quando deve chover, faz calor quando o frio já devia fazer-nos bater o dente. Há promoções de roupa de Inverno em Novembro. As praias ainda recebem visitas de veraneantes que não desistem e procuram uma tarde quente de fim de Verão.

Mas o Natal já está à porta! Ahhhh… E o Natal será sempre em Dezembro e por certo com muito frio! Ou será isto também um sonho?