
Há um ano, as noites eram passadas em amena cavaqueira “à volta” do MSN, como noutros tempos se fazia à volta da lareira. Outros tempos. Novas aventuras. Grandes conversas! Grandes discussões. Grandes amigos!
As janelas do MSN, chegavam a ter 12 participantes, claro que caía sempre o “12” e nós riamos, desafiando as novas tecnologias, entrava um, caía outro. As madrugadas eram a nossa grande aliada. Amigos, éramos muitos e bons. Os temas de conversa eram os mais variados. Dáva-mos-nos apoio, ajuda, deixávamos desabafos, confissões, segredos e tanta coisa que o tempo teima em não esquecer.
Uma noite, talvez no mês de Maio de 2005, estávamos uns 4 ou 5 em animada tertúlia, começámos a teclar frases sem sentido ao princípio, ao que o outro respondia, e mais outra frase e mais outra resposta. Fomos conjugando palavras, entrelaçando o verbo amar com a saudade, o sonho, a felicidade e outros adjectivos similares.
Foi assim durante mais de uma hora, frases trocadas, palavras lançadas para o ar, que o outro tinha de dar seguimento. fizemos um poema com palavras tecladas à distância. E o poema nasceu! O nosso Poema!
Um poema dos tempos modernos, feito no MSN, sem se verem os rostos mas adivinhando-se os sentimentos.
Esse poema foi transcrito aqui para o meu Blogue, em Junho do ano passado.
Hoje, passado mais de um ano, esse post teve uma resposta, uma mensagem escrita por um desses amigos que colaborou nesse poema. Uma pessoa linda, que sabe cuidar da vida e dos amigos como ninguém.
- Mafy, dizes que choraste ao ler de novo o que escrevemos em conjunto. Sim, também eu chorei por tudo que a nossa amizade vale, pelos bons tempos que vivemos e dos quais tenho tanta saudade.
A ti, Mafy, ao Jotinha, A Ana e à Lapinrouge um beijo enorme de amizade e saudade.
A todos retribuo a minha amizade.

“ O nosso poema”
Vi a tua cara na lua
Estavas branca como a neve
Que pele lisa e pura
Quase virgem, quase nua
Não vás, não vás para a rua
Que as estrelas te iluminem
E os Homens te adorem
E sintam o teu perfume no ar,
Que todo o universo te ame como eu
Como uma rosa morta atirada ao vento...
Cujas pétalas esvoaçam nos seus braços lânguidos
Oh...cálida amada
Venho aqui dar um contributo a este tópico....
um contributo diferente...
Especial....Muito Especial, mesmo!
Alma triste que divagas, encosta-te a mim
De sonhos perdidos e esquecidos.
Na escuridão das almas
Revelo o teu nome
Fico cheio! Fico Louco!
Não porém, sem antes te beijar...
Para poder recordar cada traço teu
Cada cheiro, cada perfume, cada movimento
É meu, em cada momento nosso
E anseio mais...
Nessas horas em que permanecemos eternos
E paramos o tempo que teima em nos separar.
Em que quero agarrar essas tuas mãos que se afastam
Estico as minhas mãos no vazio, à procura do teu rosto,
Que está reflectido na lua
Separados... Já mais nada importa....
Ficam os rostos que a memória abarcou
Filamentos da luz do teu olhar
Gela-me a alma e choro por ti!
Valerá a pena? Pergunto-me...
Do teu peito jorra a saudade eterna
De não poder voltar a percorrer os sonhos contigo.
Arranco com raiva esta dor, ficam comigo os doces momentos...
E recordo-te como a mais bela recordação,
Bem gravada no meu coração
Não só porque exististe...Mas porque um dia foste minha
E ainda conservo fragmentos do nosso Mundo extinto
Que um dia percorreu a lua e o céu
Cravo em mim a tua imagem...
Ou será uma miragem?
Não! Queimas-me de dor com a tua ausência
E tenho medo de te esquecer...
Por isso escrevo o teu nome a fogo e mel
O teu silêncio são espadas no meu peito,
Que me destroem lentamente
És a canção que só eu sei cantar, que só eu sei de cor
E que canto para decorar, para que todos conheçam a nossa história
Que todos vejam a tua cara na lua
Que se calem todas as vozes do Mundo,
para ouvir o teu nome...
Para que saias à rua...
Não ao meu lado, mas dentro de mim,
inerte e eterna
E espero todas as noites,
encontrar-te nos meus sonhos
Algures na manhã dos tempos
Basta-me um sorriso teu para ser feliz,
E não importa o que o Mundo diz,
Quando o que se sente fica tão distante do que se fala...
Como uma folha abandonada pelo vento.