quarta-feira, junho 22, 2005

Cavalos à solta




Cavalo à solta

Minha laranja amarga e doce
meu poema
feito de gomos de saudade
minha pena
pesada e leve
secreta e pura
minha passagem para o breve breve
instante da loucura.

Minha ousadia
meu galope
minha rédea
meu potro doido
minha chama
minha réstia
de luz intensa
de voz aberta
minha denúncia do que pensa
do que sente a gente certa.

Em ti respiro
em ti eu provo
por ti consigo
esta força que de novo
em ti persigo
em ti percorro
cavalo à solta
pela margem do teu corpo.

Minha alegria
minha amargura
minha coragem de correr contra a ternura.

Por isso digo
canção castigo
amêndoa travo corpo alma amante amigo
por isso canto
por isso digo
alpendre casa cama arca do meu trigo.

Meu desafio
minha aventura
minha coragem de correr contra a ternura.

José Carlos Ary dos Santos

terça-feira, junho 21, 2005

Os desenhos do Mestre




Cristo Negro


Os homens partem, mas a obra fica.
Fixo os meus olhos, nas obras que o Dr. Cunhal construiu e fico a pensar no tanto que ele nos quis dizer através da pintura, são traços de vida e de morte, de alegria e de dor.
São para mim um tesouro.

Obrigada amigo G.!
Franky



segunda-feira, junho 20, 2005

Parabéns Ana






ANA

És muito criança ainda
Decerto não sabes bem
O valor que deves dar
Ao santo affecto da Mãe!
Queremos muito aos nossos filhos
Todos têm igual direito,
Por todos o coração
Pulsa igualmente no peito.

Todos têm o seu lugar
E são elles tão iguais,
Que no coração da mãe
Todos elles são rivais.
São rivais do mesmo affecto,
Amados com o mesmo ardor,
P'ra todos, igual desvello,
P'ra todos o mesmo amor!

Para todos a Deus pedindo
Com fé igual e anceio,
O futuro é um mystério
O presente é um receio!
Tal é a ancia constante
Que deste amor se alimenta,
Queremos um mar de bonança
Sem um dia de tormenta.

Quando chegares a saber d'este affecto a intensidade,
Se eu já não for deste mundo
Sentirás funda saudade!
E se um dia tiveres filhos,
E uma esposa carinhosa
Que te torne a vida bella
E aches tudo côr de rosa,
Vendo o amor com que ella
Os seus filhinhos aninha,
Dirás: 'santo amor de mãe
Também era assim a minha!'

E n'esse grito a tu'alma
Nem dôce affecto tributa
Àquela que já não vês,
Mas que de longe te escuta!
E essa justa saudade
Que tu sentes tão intensa
Será do meu santo amor
A sagrada recompensa!"

(Poema da Mãe de Fernando Pessoa)


Olá Ana

Faltam-me as palavras, neste dia tão importante para ti e para mim, nasces-te da minha alma, da minha esperança e de um grande amor.
Perdoa se não te soube dar aquilo que tu mais querias, que era paz. Mas uma coisa nunca te faltou, foi o meu amor, o amor que só uma mãe sabe dar, tentei sempre proteger-te dos maus momentos, mas a vida nem sempre nos ajudou e aí eu falhei como mulher. Só tenho de pedir perdão por não ter sido forte o suficiente para vos poupar a tanta hota de amargura.

Desejo-te tudo do melhor que a vida pode dar a quem é como tu, boa, inteligênte e amiga.


Os parabéns da mãe amiga.

Franky





sexta-feira, junho 17, 2005

Envelhecer com maturidade



Mulher


Revês-te no espelho da vida
Páginas e páginas de ilusões
Rugas marcam esse rosto, ainda belo
Marcas de vida, de esperanças perdidas
Ganhaste esses cabelos brancos
Que dão paz ao teu semblante
Mas revolta na alma

Olhas-te e não te reconheces
Quem é esta outra, que te olha e te desafia?
Que não conheces, ou não queres conhecer
Regressas em força ao passado
Eras feliz, ou seria ilusão?
Onde está a vida que te prometeram
Os sonhos de menina?
As ilusões?


Fechas os olhos por momentos
A tua vida passa como um filme
Aquela menina de bibe, eras tu?
E a outra na escola e depois no liceu?
Como eras bonita…
Tinhas quantos namorados?
Eram três ou quatro?
Sorris…reparaste que sorriste?
Quase se ouviu a tua gargalhada
Eras feliz…
Sonhavas com o amor
Com um futuro só teu


O tempo passa
Oh! Como passa depressa
A menina deu lugar à mulher
As ilusões, desencantos
O amor, desamores
O futuro é presente, sem presentes
Vazio de sonhos
De esperanças

Abre os olhos e acorda
Alberga tudo à tua volta
A mulher no espelho já não sorri
Repara…parece que chora…
Não…
Não é esta a vida que tu querias
Gritas num desespero de dor
Não queres
Não amas
Não vives
Revoltas e lágrimas
Desilusão e sofrimento
Trabalho e cansaço
Mulher de corpo inteiro
E alma vazia


Franky




AMIZADE


Poema feito em conjunto com um grupo de amigos

(Um poema escrito por: Anabapt, Franky, Jcachorro, Mafy e Lapinrouge! )

Vi a tua cara na lua
Estavas branca como a neve
Que pele lisa e pura
Quase virgem, quase nua

Não vás, não vás para a rua
Que as estrelas te iluminem
E os Homens te adorem
E sintam o teu perfume no ar,
Que todo o universo te ame como eu
Como uma rosa morta atirada ao vento...

Cujas pétalas esvoaçam nos seus braços lânguidos
Oh...cálida amada
Venho aqui dar um contributo a este tópico....
um contributo diferente...
Especial....Muito Especial, mesmo!

Alma triste que divagas, encosta-te a mim
De sonhos perdidos e esquecidos.

Na escuridão das almas
Revelo o teu nome
Fico cheio! Fico Louco!
Não porém, sem antes te beijar...
Para poder recordar cada traço teu

Cada cheiro, cada perfume, cada movimento
É meu, em cada momento nosso
E anseio mais...
Nessas horas em que permanecemos eternos
E paramos o tempo que teima em nos separar.

Em que quero agarrar essas tuas mãos que se afastam
Estico as minhas mãos no vazio, à procura do teu rosto,
Que está reflectido na lua
Separados... Já mais nada importa....
Ficam os rostos que a memória abarcou

Filamentos da luz do teu olhar
Gela-me a alma e choro por ti!
Valerá a pena? Pergunto-me...
Do teu peito jorra a saudade eterna
De não poder voltar a percorrer os sonhos contigo.

Arranco com raiva esta dor, ficam comigo os doces momentos...
E recordo-te como a mais bela recordação,
Bem gravada no meu coração
Não só porque exististe...Mas porque um dia foste minha
E ainda conservo fragmentos do nosso Mundo extinto

Que um dia percorreu a lua e o céu
Cravo em mim a tua imagem...
Ou será uma miragem?
Não! Queimas-me de dor com a tua ausência
E tenho medo de te esquecer...

Por isso escrevo o teu nome a fogo e mel
O teu silêncio são espadas no meu peito,
Que me destroem lentamente
És a canção que só eu sei cantar, que só eu sei de cor
E que canto para decorar, para que todos conheçam a nossa história

Que todos vejam a tua cara na lua
Que se calem todas as vozes do Mundo,

para ouvir o teu nome...
Para que saias à rua...
Não ao meu lado, mas dentro de mim,

inerte e eterna
E espero todas as noites,
encontrar-te nos meus sonhos

Algures na manhã dos tempos
Basta-me um sorriso teu para ser feliz,
E não importa o que o Mundo diz,
Quando o que se sente fica tão distante do que se fala...
Como uma folha abandonada pelo vento.


Amar



Renascer

Porquê tem de ser assim?
Porquê temos de amar quem não devemos?
Porquê amamos o impossível?
Era mais fácil amar o sol, a lua, do que te amar a ti

Cravo os meus olhos no mar distante
Na procura dos teu olhar
Calo em mim o teu nome
As ondas murmuram o que eu não digo

Quero o mundo do teu olhar
Quero o sorriso dos teus lábios
Quero um rosto para amar
Uma alma para sentir

Não te sinto ao meu lado, nunca te senti
Pertences aos outros, não a mim
Passas ao meu lado e não me vês
Cresce em meu peito um suspiro

Mas um dia eu vi-te naquela rua
Eras tu, gritei eu baixinho
Os teus olhos cruzaram-se com os meus
Os teus lábios abriram-se num sorriso
Será para mim?
Louca de felicidade
Apressei o passo
O coração saltava-me do peito
Cruzamo-nos e olhamo-nos
Tu dizes-te
Olá…
E eu… renasci

Franky


Homenagem à Punky

punky



Dedicado à minha cadela Punky

Quando chegaste vinhas só, magra, doente do corpo e da alma
Quando chegaste, vinhas despida de ilusões
Quando chegaste, eu não conseguia olhar para ti
Quando chegaste quis saber quem te pôs naquele estado
Senti medo, ódio, pena, desejos de vingança
Quem te tinha feito sofrer tanto?

Olhaste para mim sem forças
Triste, muito triste
Sem alento
Sem alegria de viver
Enrolaste-te num canto e ali ficaste, meio adormecida, meio desfalecida

Disseram os entendidos que não sobrevivias
Que tinhas poucos dias de vida
Olhei para ti e tu devolveste-me um olhar sem alento
Sem expressão
Tinha chegado a hora, pensaste tu
E eu vi ou imaginei
Uma lágrima nos teus olhos

A chorar, jurei
Que não te deixava partir
Não tinha chegado a tua hora
Tinhas só um ano
Vamos lutar menina…
Sussurrei-te ao teu ouvido
Força, amiga vamos lutar

Lutamos durante muito tempo
Tu, sempre a desistir
Eu a insistir
Eu a insistir, sempre a insistir
Nunca desisti, lembras-te?
Mesmo naqueles momentos muito difíceis
Em que olhavas para mim e dizias, chega!!!
Deixa-me partir por favor, estou cansada
Eu agitava o teu corpo tão fraco, tão frágil
E dizia-te
Não amiga, vais viver aqui ao meu lado
Vais ser a cadela mais linda deste mundo
Vai vencer a morte
Vais viver a VIDA

E lutámos as duas lado a lado
Sem dar tréguas
A essa sombra negra que sempre pairou sobre ti
Vencemos porque tu quiseste
Porque eu não te deixei partir

Foi uma longa vida de partilhas
De afectos
De dedicação
Demonstramos aos homens que te fizeram mal
Que a vida é para ser vivida
Que vale a pena ser vivida

Hoje estás longe de mim
Do outro lado da ponte
Feliz, muito feliz
Viveste 14 anos, plenos de felicidade
Tiveste uma família que te amou

Punky… estás do outro lado do arco-íris
Espera amiga
Qualquer dia eu vou ter contigo
E amar-te-ei outra vez.

Franky



A Vida




A vida


A chuva, caí lenta e fria
O céu parece chumbo
E o vento gela a minha alma…
A solidão aperta o peito
Ouve-se o vento
A chuva tamborilando nos vidros
Transforma o silêncio em música suave, e ritmada.

A solidão invade o meu corpo
Mil recordações passam na memória dos tempos
Retalhos de uma vida sem sentido
Que aos poucos vai perdendo fulgor
As lágrimas escorrem-me pela face gelada
Cansada…
Muito cansada...
A esperança escorre-me como areia entre os dedos
Os sonhos foram ficando perdidos nas ilusões da vida
Para que lutar?
Para que viver?

Eis que de repente um som abafado
Quebra o silêncio da noite
Olho em redor…
A rua vazia
Mil poças espelham as luzes pelo chão
Uma sombra fugidia
A esgueirar-se por entre a penumbra e a luz
Mil pensamentos me atravessam a mente
Quem poderia enfrentar a noite fria e chuvosa
Quem se atreveria a quebrar assim o silêncio
Dando um pouco de luz e esperança
A esta vida perdida

Enxugo as lágrimas
Limpo quase freneticamente a vidraça
Quase em desespero
Olho lá para fora
Não quero perder aquele fio de vida
Aquela esperança de ser gente
Um grito abafado irrompe na noite

_Quem anda aí?

Pergunto quase a medo!
Um sussurro como resposta
Quebra o silêncio
Um calor invade o meu peito
Há vida lá fora…
Grito quase a medo
Abro a janela e a noite invade o quarto

De repente.
Entra um gato muito pequenino, no meu quarto
Olhamo-nos quase a medo
Ele mais animado do que eu
Encosta-se a mim, ronrona e dá-me marradinhas
-Quem és tu?
Pergunto-lhe eu….
Como resposta ele mia baixinho muito débil, quase um lamento
Percebo que tenho de me mexer
Fazer qualquer coisa

Trago uma tigela de leite
Que sofregamente é bebido
Depois olha para mim
Com um olhar de um azul transparente, límpido e puro
Enrosca-se no meu colo
E adormece

Um sentimento de bem estar
Toca-me a alma
Um arrepio percorre-me a espinha
E pergunto-me incrédula
E Se eu não estivesse aqui?
Não o poderia ter ajudado!

Fecho os olhos
O cansaço invade-me o corpo
Mas é um sentimento diferente
Este que sinto agora
Alguém precisa de mim, não estou só

O calor que vem deste pequeno e frágil corpo
Não sei se o protege eua ele se ele a mim
Dou comigo a fazer planos
Tenho de me levantar cedo
O leite acabou
É urgente ir à rua comprar mais.
Este meu amigo precisa de mim


Ouço ao longe uma música
Um rádio toca baixinho
Aquela canção
Que há tanto tempo eu não escutava
Ou não queris escutar!

A chuva parou lá fora
Não ouço o vento

Protejo com os meus braços
Aquele corpinho adormecido
É um pedaço de vida
É a minha vida que começa!

Franky

Poemas

Os Velhos



O homem velho

Arrastando os passos cansados
Levando no rosto enrugado, mil sonhos
O velho caminha, tropeça, hesita
Como uma criança nos primeiros meses de vida
Até ao banco do jardim


Cai exausto no banco
O peito cansado
A vida foge-lhe por entre os dedos
Uma lágrima escorre-lhe pela face
Curtida pelo sol
Saudades…
Do tempo perdido
Da infância
Do amor
Dos filhos
Dos netos
Tudo está longe
Perdido nas grandes cidades
Nas redes de uma vida, sem paragens.


Olho para ti, velho de mãos vazias
Corpo frágil, curvado pelo peso dos anos
Olho para ti, e sinto uma amargura tamanha
Já foste jovem, cantas-te ao vento, ao sol, à chuva
Trabalhaste de sol a sol
Deste pão a quem tinha fome
Deste alegria e vida
Deste amor e amaste
Amaste perdidamente
Todos os que te rodeavam
Tinhas uma casa cheia, lembras-te?
Ah… como corriam as crianças
Como riam as mulheres
Falavam os homens
De que falavam, lembraste?
Da politica, baixinho, shiuuuu… era proibido!!
Da terra, das colheitas, do gado
Tanta coisa… e tu …
Tu comandavas tudo
Eras o maioral, eras o maior…

Agora… aqui sentado no banco de um jardim qualquer
Estás Só… Recordas, o tempo perdido
E essa lágrima teimosa
Que escorre pala tua face enrugada
São pedaços de vida
De vida perdida

Franky

quarta-feira, junho 15, 2005

Os meus cães





Os Cães

Outra paixão da minha vida, pintar os animais faz parte de mim própria, tentar criar na tela , a forma, a garra e a doçura dos cães, é o meu objectivo, nunca está nada bem para mim, nunca está certo. Tudo está errado. Mas vou tentando, ate um dia conseguir alcançar o meu objectivo.


terça-feira, junho 14, 2005

Os meus Gatos




Aos meus gatos


Chegaram de mansinho na minha vida

Pé ante pé… ronronando

Enrolando a cauda nas minhas pernas,

Fugindo das ruas

Procurando abrigo

Fugindo da fome

Da doença e da miséria.

Hoje são a minha paixão

A minha fonte de inspiração

Pinto com eles, pinto para eles

Pinto-os a eles na tela sem vida.

Enchendo-as de mistério do seu olhar,

Cheio de vida.

Eles preenchem o vazio da minha vida!

São inteligentes, sensíveis e misteriosos!

São a vida que nós humanos não entendemos!

Tem sentimentos que não percebemos.

Sentem e sofrem por nós!

A eles devo-lhes tudo o que não sabia!

Franky

Folhas que o vento leva





Frente a frente

Nada podeis contra o amor,
Contra a cor da folhagem,
contra a carícia da espuma,
contra a luz, nada podeis.

Podeis dar-nos a morte,
a mais vil, isso podeis
- e é tão pouco!


Eugénio de Andrade


Os gatos





Aos meus gatos


Chegaram de mansinho na minha vida

Pé ante pé… ronronando

Enrolando a cauda nas minhas pernas,

Fugindo das ruas

Procurando abrigo

Fugindo da fome

Da doença e da miséria.

Hoje são a minha paixão

A minha fonte de inspiração

Pinto com eles, pinto para eles

Pinto-os a eles na tela sem vida.

Enchendo-as de mistério do seu olhar,

Cheio de vida.

Eles preenchem o vazio da minha vida!

São inteligentes, sensíveis e misteriosos!

São a vida que nós humanos não entendemos!

Tem sentimentos que os humanos não percebem.

Sentem e sofrem por nós!

A eles devo-lhes tudo o que não sabia!
Franky




Homenagem



Até amanhã Camarada

O adeus a certas pessoas não é fácil, a voz embarga-se-nos na garganta e as lágrimas correm-nos livremente de saudades e de revolta.

Partiste depois de uma luta sem fim, por um Portugal que querias sem grades , um País onde os homens fossem livres, sem correntes e sem amarras.

Sofreste na carne a luta, a liberdade dos outros, foste preso da tua liberdade, para que todos pudéssemos voar livremente.

O Sonho de um Homem integro, verdadeiro, inteligente e simples!

Foste um Autor, um Pintor, um Idealista, um Político impar.

Nunca se diz adeus a quem tem tanto valor, a quem sofreu por um país livre, fazes parte da história, da nossa história.

Eras um símbolo do 25 de Abril. Ainda faz muita falta a este País homens como tu, são referência assim que nunca têm fim, fazes-nos muita falta, fazes-me falta a mim também.

Partiste, as saudades ficam.


Até sempre camarada Álvaro Cunhal!


Saudades

Saudades que o tempo não apaga!




10 de Junho.

A data de nascimento do meu Pai, dia da Raça, de Portugal, dia de Camões e das Comunidades Europeias!!

O meu Pai tinha um imenso orgulho de ter nascido nesta Data, sentia-se mais português que os outros portugueses. Era o seu dia!

Toda a minha vida o lembrarei como um homem íntegro e justo, respeitador e respeitável. Amigo do seu amigo, tirava a camisa para a dar a quem dela precisasse.

Os tempos no Alentejo eram muito difíceis, nos anos 50 e 60, havia fome, pobreza e miséria.

O meu pai tirava do seu ordenado para dar a quem mais precisava, era contabilista numa grande Fundição, onde os patrões vinham passar férias a Cascais onde permaneciam meses a fio, ficavando os homens que tinham na jorna sem um vintem. Eu vi o meu pai
chorar, muitas vezes desesperado, por aqueles homens cheios de fome à porta de minha casa para ele lhes resolver o problema. E resolvia...

Pai...
Saias de casa desesperado e só regressavas quando trazias o dinheiro para fazer aquela gente feliz e matar-lhes a fome, a Banca sempre te abriu as portas.

Os amigos, os grandes proprietários, os grandes latifundiários, nunca te deixaram sem ajuda. E o povo dependia de ti, todos os meses.

Eu nunca soube como o conseguias, tinha entre os 5 e 10 anos, nada sabia da vida, mas via a fome no rosto daquela gente, e o sofrimento nos teus olhos, pai.

Nunca teveste direito a férias. Trabalhaste toda a vida até que um dia partiste.

PAI…nasceste num dia importante para Portugal e deixaste-nos a 5 de Outubro, já lá vão 32 anos, mas estás sempre aqui no meu coração, nas memórias e nas saudades.

Um beijo, para que o vento tu entregue, estejas onde estiveres.

Franky


segunda-feira, junho 13, 2005

Arte em Movimento



Olá

Criando movimento

Criando a vida
Criando a arte
Eu vivo!
Eu quero ver e criar o que a tela me indica
Eu quero renascer das cinzas, como um qualquer Fénix
Eu quero a vida, a vida que me quis abandonar!
Eu quero amar...
Eu quero respirar, gritar, sou livre!

Franky