segunda-feira, agosto 01, 2005




A Zetta Maria

Há quem diga que sou rafeira, outros que sou Podenga pura, não sei ao certo. Mas sou uma cadela com muita sorte, disso tenho a certeza.

Vou contar-vos a minha curta história de vida:

Vim parar a um canil de Torres Vedras juntamente com a minha mãe e irmãos, quando num dia chuvoso de Setembro, tinha eu 2 meses, apareceram umas pessoas visitar o Canil. Entre elas estava uma humana que me pegou ao colo para poderem tirar os meus irmão e a minha mãe que finalmente tinham encontrado um lar, eu ficava sozinha.

Eu comecei a tremer de medo e de frio ao colo dela, quando eu estremeço ao ouvir dizer:

Como é que eu consigo pôr esta coisinha tão pequenina e tão fofa lá dentro, outra vez? Seria que estava a falar de mim? Seria que eu também ia sair daquele pesadelo? Mas outra voz mais firme disse, “ E os gatos? Como vai ser?” Logo se vê!!! Respondeu a humana que me tinha ao colo, senti mais festinhas e começamos a fazer uma caminhada desconhecida para mim, entramos numa casinha, trocaram umas papeladas e assinaram mais uma papéis e hei-me de repente na rua!

Depois de uma longa viagem, eu tenho só dois meses e nada sei deste mundo de humanos, fomos sentados numa coisa que se chama carro, e depois de “voar-mos” algum tempo entrámos numa casa onde me esperavam 4 gatos enormes!

Senti medo, fiquei entre a atrevida e a medrosa, cheirei tudo o que me foi possível, e aquelas criaturas que eu nunca tinha visto, também me cheiraram, mas os humanos não deixaram que me acontecesse nada de mau. Estava quentinho ali, tinha frio, fome e sede, deram-me de comer e beber e eu adormeci numa caminha fofinha e quentinha.

Sei que durante o meu sono, vieram os “gatos” cheirar-me, mas eu não dei por nada, queria ficar assim quietinha para sempre.

No dia seguinte fui outra vez de carro ver um Senhor de bata branca, que me deu uma picadelas que detestei, mas fiquei muito quietinha, com medo de regressar para aquele sítio frio e escuro.

Fui crescendo num ambiente agradável, com muita disciplina e alguma brincadeira, preferia ao contrário, mas a minha dona, já é minha dona aquela humana que me pegou ao colo no canil, diz que tem de ser assim, que tenho de aprender a ser uma cadela muito asseada e obediente.

Agora já tenho quase 2 anos e a minha casa de banho não é igual à dos gatos, a minha é enorme e chama-se rua, é lá que a minha dona diz que tenho de fazer as minhas necessidades, que ela apanha num saquinho e mete no caixote do lixo.

Adoro viver com os meus amigos gatos, principalmente do Félix e da última aquisição da minha dona o Sir, gato que ela encontrou na rua abandonado, tinha 2 meses. Sou feliz, meio destravada e muito barulhenta, mas os meus donos gostam de mim mesmo assim.

4 comentários:

Flávia disse...

essa menina não sabe realmente a sorte que teve, mas se falasse agradecer-te-ia muito mais o facto de teres um coração tão lindo.

Arte em Movimento disse...

Oi Flávia

Obrigada pelas tuas lindas palavras, mas acho que qualquer um de nós fazia o mesmo que eu, não fiz nada de especial.
Acho que a fidelidade e amor que ela nos transmite é a maior recompensa.
Bjs

Jon disse...

Ela não sabe mas como qualquer cão, agradece sempre da melhor forma: muita dedicação e uma devoção extrema! ;)

E ficou um espectáculo na foto! :)

Arte em Movimento disse...

Olá João

Que prazer em ler-te por aqui.
A minha cadela é a mais linda do mundo, para mim claro, é extremamente meiga e nossa amiga. Tem sido um animal que nos tem conquistado aos poucos, mas já cabe dentro do meu coração.
Um beijinho
Franky