A Campanha Eleitoral acabou e voltámos novamente a esta monotonia e pasmaceira que nos habituámos nestas terras perdidas no Oeste.
O abandono a que foi votada nestes anos deu origem a uma terra sem desenvolvimento, nem modernidade, perdida na neblina dos tempos.
Fica a recordação muito agradável de calcorrear as ruas e ruelas deste Conselho descobrindo verdadeiros tesouros em cada freguesia, cada aldeia, em cada monte e vale.
Solares de aspecto rústico e encantos mil, cada história mais deslumbrante uma que a outra, só possível de descobrir quem percorre a pé estas ruas, ruelas e calçadas. Visitando Famões, Portela, Pó, Baraçais, Delgada, S. Mamade, Roliça, etc... etc... etc.
Dois pontos a não perder nesta viagem turística pelo Oeste e especialmente a terras do Conselho do Bombarral, é A-dos-Ruivos e Carvalhal. A-Dos-Ruivos, é uma surpresa muito agradável, pela sua arquitectura, limpeza e beleza natural, Carvalhal, aldeia histórica, rica em monumentos, igrejas e casas de aspecto nobre. A calma e o sossego destas terras trás-nos a paz que tanto precisamos. Algumas casas Senhoriais são pertença de gentes de Lisboa e por isso se encontrarem fechadas, dando um aspecto desertificado às aldeias.
Outros edifícios meio destruídos por desinteresse de herdeiros ou do poder local que deixa à intempérie verdadeiras jóias da Arquitectura Portuguesa, que acabam por se perder para sempre no tempo e na memória dos homens.
A Vinha, o Vinho e os pomares de Pêra Rocha são a riqueza destas gentes, que trabalham no campo com fervor e dedicação durante todo o dia.
Provei água-pé, néctar dos deuses, feita com mil cuidados para a sua boa comercialização, as peras Rochas, maduras, sumarentas e duma doçura extrema, dignas de mesa de Rei.
Para finalizar a minha experiência nesta campanha eleitoral, que foi para mim enriquecedora, o contacto com a gente rural destas Terras foi particularmente gratificante. O agricultor é homem duro, inteligente e digno, é pena que viva isolado dos grandes centros, sem contacto com os meios mais tecnologicamente desenvolvidos, para o poder ajudar no seu dia a dia, facilitando o seu trabalho e o seu desenvolvimento.
Um Concelho voltado politicamente à direita, graças ao seu isolamento e marginalização, que os senhores da terra têm feito questão em manter.
É pena que tenhamos de permanecer mais 4 anos, mais que na mesma, politicamente falando, mas o povo é soberano no seu julgamento e não me cabe a mim culpar ninguém.
Fiz o melhor que a minha consciência me ditou, guiada pela honestidade e sobriedade, respeitando e fazendo-me respeitar.
A pouco e pouco as pessoas vão vendo se erraram ou não e estão sempre a tempo de mudar.
Daqui a 4 anos há mais.
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