sexta-feira, abril 14, 2006

Acreditar!

Lisboa ao luar

Ontem ao ouvir um programa de rádio indignei-me com o dizer mal do que é Português.
Mas será que o que é Português é necessariamente mau para este povo? Censuram-se os médicos, advogados, arquitectos e engenheiros, sindicatos e funcionários públicos. Censura-se a classe política, como se todos fossem marginais, criminosos e ladrões. Ofende-se só porque é Português! Lá fora é que é bom, principalmente os políticos, diziam nesse programa!! Como podem ser tão sectários? Desliguei o rádio, para acalmar a minha indignação.

Os Museus e Palácio mais uma vez em muitos anos, estão fechados no feriado Sexta-feira Santa, porque os funcionários são poucos e querem passar este dia com as famílias(!) , mesmo sendo pagos a 200%. Mais uma vez se perde a oportunidade de mostrar ao mundo, tudo aquilo que temos de tão belo, verdadeiros e únicos tesouros do nosso passado, mostrar aos turistas, que mais uma vez são imensos nesta Páscoa no nosso País. Resta-lhes ver a beleza que se espraia pelas ruas de Lisboa.

Mais tarde ao ver uma novela numa estação de TV, ouvi que o melhor, em caso de violência doméstica, é fugir, porque não vale a pena fazer queixa à polícia neste País . Incentivar à fuga sem fazer queixa e sem tentar que o caso faça parte de um processo judicial? Apelar num horário nobre da TV à fuga e ao encobrimento de um criminoso bêbado que bate numa mulher grávida? Isto numa ficção que se diz real. Nada mais errado. E a bem de quê e de quem se faz e diz tamanha barbaridade?

Então, deixámos de acreditar?

A Igreja Católica declarou os novos pecados capitais. Os pecados das novas tecnologias. Ler jornais, ver televisão e navegar na Internet em excesso é um pecado capital.
Pergunto eu, ler demais é mau? Ler desde Eça de Queirós, Dan Brown, ou Saramago é pecado? Ou será mau ler a Maria, por exemplo? Navegar na Net na procura de novos conhecimentos é mau? Alargar os nossos horizonte na sede do conhecimento em motivos tão diversificados, não deveria ser pecado. O pior cego é o que não quer ver!

Hoje é Sexta Feira Santa, dia de luto para os católicos. Assinala-se a morte de Jesus. É hora de reflexão.
Devemos reflectir e analisar se somos um País pobre e desacreditado ou uma promessa de vida. Creio que ainda temos muito para amar e descobrir.

O dia ainda agora começou e temos um País novo por inventar. Temos de acreditar.

6 comentários:

Arte em Movimento disse...

Bom dia Xô Repórter

O que é nacional nem sempre é mau Repórter.
A maneira triste e taciturna como o português hoje se manifesta é que me incomoda. Devemos dar a volta à situação. Eu estou contra o queixume constante em que o povo Português está a cair.
Se os funcionários dos Museus têm reivindicações a fazer que as façam fora desta quadra festiva, já estão em luta há 9 anos e só ouço esta lenga lenga em vésperas de Sexta-feira Santa. Quantos Governos não passaram entretanto?
Quem conhece bem Lisboa sabe que nestes dias há imensos turistas de máquina fotográfica em punho a sondar as portas dos Museus para ver onde pode entrar e quais os que estão fechados. É uma imagem decadente de um País que tem tanto para mostrar.

Em relação a fazer queixa ou não à polícia, não sou eu que tem dúvidas, mas sim a Telenovela. Eu acho, tenho a certeza, que vale sempre a pena fazer queixa. Apesar de existirem casos escabrosos de que ouvimos falar, temos de confiar na nossa polícia. Eu sempre o faço, se segue ou não, isso já é um caso a pensar e a resolver, mas fazer queixa é um direito que nos assiste, como cidadãos deste ou de outro País.

A minha linha de pensamento é simples. Desejo um País onde as pessoas se sintam felizes, não tristes e sempre a pensar que isto está mau, muito mau. Depressão traz depressão, tristeza chama a tristeza. O dizer mal de tudo e de todos, faz parte das conversas do dia a dia dos Portugueses, e depois vão passar férias a Punta Cana. Estamos a ficar um povo taciturno, quase dramatico.
Alguma coisa está mal, não achas Repórter?

(Querem ver que estou a ficar complicada?? Ou queixosa? Será que isto se pega?)

Uma Santa Páscoa para ti.
Beijinhos

Flávia disse...

aquilo que me deu mais vontade derir foi a história de pecar ao ir à internet e ler jornais. Bemmmmmmmmmm, tou suer preocupada comigo mesma. Devo ser uma das maiores pecadoras à face da terra hehehe

beijinhos

Arte em Movimento disse...

Tu? Pecadora? Ai miga, nessa matéria ainda tens muito que pecar! Mas te garanto que o Inferno vai estar esgotado nos próximos séculos.

Flávia disse...

é da maneira que fica mais quentinho :)

Arte em Movimento disse...

Eu quero acreditar que a intenção não seja a que nos foi transmitida, porque se fosse era muito mau para a Igreja Católica. Existem alguns Site na Net, da própria Igreja, dirigido por alguns padres, para sensibilizar os jovens para os caminhos da Fé. Seria pois um contrasenso, se agora se apregoa o contrário. Não é proibindo que se consegue algum obejtivo. Temos de ir devagar com o andor, nada se consegue fechando as portas às novas tecnologias, mas sim conseguir acompanhá-las, divulgando o que elas tem de bom e de mau. De contrário corre-se o risco de perder a batalha.

E prova disso foi a triste figura que alguns intervenientes dessa mesma Igreja e alguns paroquianos fizeram este fim-de-semana, saí a procissão, não sai a procissão, chove, não chove. Enfim, deprimente! É triste ver como as pessoas não se entendem, desrespeitam-se e se chamam nomes por coisas que se podem e devem discutir. Sempre me habituei a ver respeitar o senhor pároco e este a respeitar os seus paroquianos. Porque não se entendem agora?
Tenho receio que este desejo exacerbado da Igreja, de querer proibir, venha baralhar a cabeça das pessoas.

Flávia disse...

ora já que estou no site de uma "bombarralense", digo-vos que a Paróquia local "anda muito à frente" e transmite as missas online em www.paroquia-bombarral.org É um exemplo de como a Net também é usada pela igreja. Seria contra-senso, de facto