terça-feira, janeiro 17, 2006

A caminhada II

A caminhada da minha mãe, está cada vez mais próxima do fim.
A cada dia que passa sinto que a estou perdendo. O amor maior que as nossas vidas conseguem alcançar, está no final da estrada da vida.

Amor puro de mãe, desinteressado, amigo, confidente e fiel!
Sei, sinto que estou a perder tudo isto a cada momento que passa.
Perder isto tudo, perder a maior riqueza que o ser humano consegue obter.
Doí muito cá dentro do peito.
Olho para aquele rosto sem expressão, deitada numa cama de hospital e já nem a reconheço. Ela também já não me conhece por vezes. Tem momentos de verdadeira loucura, outros de grande lucidez.
E eu continuo sem conseguir fazer nada!
Que Deus te proteja.
Um beijo enorme para ti, MÃE!

5 comentários:

Flávia disse...

Olá miga

é sempre dura qualquer partida, até a de um animal, como bem sabemos. Mas não baixes os braços nem que seja para lhe colocares todos os dias, quando a vês, um sorriso nos lábios. Por vezes tudo depende da nossa força interior.
Qualquer caminho, seja mais longo ou mais curto, é finito, mas há-que fazer de cada momento um momento feliz, ainda que se encontre num hospital.
Pode ser que e vamos acreditar que essa Mulher de luta, no auge dos seus 90 (91?) anos de idade, não é desta que vos diz adeus.

beijinho grande
PS: Ah!e sabes que podes sempre contar com estes Dois ombros amigos

Jon disse...

Um grande beijinho e muita, muita Força Franky!
E sabes que também estarei sempre aqui.

barcarossa disse...

Agarra-te tu à vida, seja como for.

Um beijo.

Arte em Movimento disse...

Não sei se a dor da perda pela morte é maior, do que ver a pessoa que amamos, definhar e ir perdendo a noção do tempo e do espaço.
Ver a minha mãe perder a faculdade de ver, de ouvir, de perder a lucidez e vê-la sofrer porque por vezes está consciente disso,é muito doloroso. Aprendi que esta dor também é muito grande.
Aquela que me deu vida e me ensinou a ser quem sou, está a perder-se aos poucos, ou eu a estou a perder.
Sentimos revolta por sermos impotentes perante as forças da natureza.
"Tem de ser assim, já tem muita idade", dizem para nos animar, para nos darem forças, mas... O aperto aqui no peito continua.
Sinto vontade de lhe pegar ao colo e fugir para muito longe, onde o "final da vida", não a consiga encontrar e ficar para sempre comigo, protegendo-a de todos os males.
Sei que é impossível e estou preparada para a ajudar até ao fim.
Obrigada pelo vosso apoio.
Beijinhos

Menina Marota disse...

Como eu te entendo, neste momento em que perdi ainda há bem pouco tempo o meu Pai. E, como já tenho enormes saudades dele!!

Um grande abraço, cheio de força para ambas.