terça-feira, janeiro 03, 2006

Cáceres Monteiro!

Desapareceu um dos maiores, senão o melhor jornalista português. Sabia como ninguém fazer e dar a notícia, com Dignidade, Verdade e Sobriedade.Desaparece o homem, fica a sua obra.

Partiu para uma reportagem sem regresso, com uma Visão de grande dignidade!.

À família enlutada as minhas condolências.

3 comentários:

Flávia disse...

é, sem dúvida uma perda muito sentida no mundo do jornalismo

Flávia disse...

aqui fica um pouco da vida profissional deste Senhor:

Carlos Cáceres Monteiro começou a sua carreira jornalística aos 20 anos nas revistas "Flama" e "Século Ilustrado", depois de ter desistido do curso de Direito na Faculdade da Universidade Clássica de Lisboa, onde foi também dirigente associativo. Ao longo da sua carreira, foi subchefe de redacção d' "A Capital" e editor de política nacional do "Diário de Notícias". Foi correspondente em Lisboa da revista espanhola "Câmbio 16" e foi director do jornal "Sete". Tem colaborações dispersas em outras publicações, como na "Seara Nova" e no "JL, Jornal de Letras". Foi também director-adjunto d' "O Jornal", do qual foi fundador em 1975.

Desde 1980 e até 2000, foi analista político regular na RTP e até há poucos meses era comentador da SIC/Notícias e comentador residente da Antena 1 (RDP). Como repórter de guerra, cobriu diversos conflitos entre 1975 e 2003, caso da guerra em Angola, da guerra do Golfo, da guerra do Iraque, do conflito israelo-árabe, de conflitos armados na América Latina, e esteve ainda presente no Cambodja. As suas reportagens na China valeram-lhe o Prémio Gazeta 1985, do Clube de Jornalistas; e em 2002 recebeu o Grande Prémio de Jornalismo de 2001, do Clube Português de Imprensa.

É, aliás, na sua faceta de repórter que mais se destacou, sendo tido entre colegas como "um repórter com uma intuição muito rara, um repórter extraordinário", como explica Cláudia Lobo, directora-adjunta da "Visão". Foi presidente do Sindicato dos Jornalistas entre 1977/80 e foi director -geral para a Comunicação Social entre 1984/85, quando Mário Soares era primeiro-ministro.

Publicou vários livros, entre os quais "Angola, País de Vida ou de Morte" (1975), "Fast Lane" (1984), "O Mundo em AZERT" (1985), "China, Contra-revolução Tranquila" (1986), "Amazónia Proibida" (1987), "Apogeu e Queda de Bernardo Malaquias" (1989), "O Enviado Especial" (1991), "Mistérios da Amazónia - Cadernos de uma Expedição nas Guianas e no Brasil" (2002) com Jacinto Rego de Almeida, e "Hotel Babilónia" (2004), em que reuniu as suas experiências de jornalista-viajante.

Viajar era, segundo amigos, uma das grandes paixões de Cáceres Monteiro.

fonte: Jornal de Notícias

Arte em Movimento disse...



O Sorriso dos homens bons, nunca se esquece.Fica para sempre em nós, atráves das suas (boas) obras.

A Visão era este homem, foi ele que através de uma revista, dita para intelectuais, chegou ao povo e a soube ler e entender. Trouxe ao seu público a notícia nua e crua com sabor a mel.
Era preferível, sim, tê-lo visto a receber todas as medalhas que merecia, mas Portugal é feito de gente mesquinha, que só dá valor quando o Homen morre para então ser falado e às vezes nascer a sua obra.
Ficámos mais pobres, mais uma vez.

"O escritor morreu".