sábado, novembro 12, 2005

"Amor de mãe"

Amor e Mãe!


Reflectir sobre este tema, pode levar-nos a cometer erros de interpretação.
"Amor" é por si só uma palavra sublime. "Mãe" é por sua vez o expoente máximo da pureza dos sentimentos humanos.
Quando juntamos "Amor à Mãe", ficamos por conseguinte na consumação dos sentimentos mais puros e nobres.

Quem espera um filho e o gera com amor, velando o seu sono, protegendo-o de todos os males, amparando-o na saúde e na educação. Somos uma espécie de Sol à volta da terra, tentando que com o nosso calor, nada falte a um ser que é uma bocadinho de nós próprias, que amamos mais que tudo e que daríamos a vida por eles. Amor de Mãe é tudo isto e muito mais que não sei dizer.

Por isso é tão difícil para mim entender uma “mãe” chamada "Leonor", que deu ao mundo uma menina que se chamava "Joana".

Sentimentos díspares, assolam a minha cabeça, quando ao acompanhar o desfecho de tão horroroso crime, tento, ao menos ainda tento, não compreender o crime, que para esse não há compreensão possível, mas para aquele sorriso macabro que se estampou no rosto daquela mãe?? ao ouvir a sentença.

Não se viu remorsos, nem arrependimento, nem dor, nem desespero. 20 anos não é nada para esta mulher! Fria e calculista.

Se cumprir a promessa de que se suicida depois da sentença, possivelmente fará um favor à sociedade.

Porque nasceu a Joana? Porque morreu a Joana?

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Outra mãe, hoje na TV, a mãe do jovem que atropelou e matou pelo menos 3 pessoas em Palmela e estropeou outros tantos.

Eu sei que o amor de mãe por vezes cega as pessoas, mas falar na TV em directo nos telejornais tem uma componente muito forte.

_ “O meu filho é muito bom rapaz, nunca fez mal a ninguém”- dizia ela, cega de amor pelo filho – isto foi só um acidente, nada mais. Tenho muita pena dos que morreram, mas o meu filho merece perdão”.

Para esta Mãe desesperada o seu filho merece todo o perdão do mundo, concerteza. Como este amor nos cega por vezes!

Esta mulher merece um filho assim?

Duas Mães, dois amores, dois horrores desta mesma sciedade!

4 comentários:

Flávia disse...

Imagino o que seja o sentimento de uma mãe por um filho, porque sei o que é o inverso.
Mas não basta apenas falar-se em "amor de mãe". Basta cada um ter "amor" pelo próximo, isto é, ser corpo são em mente sã. Calculo o que pessoas como essa, que matam os seus próprios filhos, não conseguiriam fazer aos outros, já para não falar dos animais.

Flávia disse...

mas era isso precisamente que eu queria dizer, cada um ter amor por si próprio. Só se pode ter amor pelos outros, se formos pessoas "sãs", isto é, ao calcularmos em nós o impacto de determinada acção a aplicar no outro é que seremos pessoas com amor pelo próximo. É no fundo a máxima do não faças aos outros o que não gostarias que te fizessem a ti.

AJSSB disse...

Quanto à primeira, que nem mãe se pode chamar, a minha revolta é mais que muita. Não há crime maior que matar um filho, e do modo como ela o fez.
Foi julgada e (bem) condenada, tendo em conta que não havia corpo, daí a pena só ter sido de 20 anos e 4 meses.
Espero sinceramente que ela sofra mil vez mais o a Joana sofreu.

O caso da outra mãe é diametralmente oposto, já que ama o seu filho de tal maneira que fica literalmente cega a tudo.

Arte em Movimento disse...

Há casos que são muito difíceis de entender, a nossa sociedade está cheio deles infelizmente.
Quando estas coisas aconteciam era muito longe, como dizia a minha mãe, agora é mesmo aqui ao pé da porta e vamos cada vez ficando mais indiferentes.
A maneira como nos chega a morte à hora do jantar através dos Telejornais é consumida cada vez mais com a tal indiferença, porque infelizmente é necessário, ela chega todos os dias das mais variadas formas e nós temos de viver, porque também temos os nossos dramas. É uma defesa para podermos seguir em frente!
Beijinhos para os meninos
Franky