segunda-feira, dezembro 12, 2005

Simpatia precisa-se!

Hoje isto vai em jeito de queixa!

Queixa de um cidadão que se tem de deslocar a um hospital, por motivo de urgência.

Queixa essa que foi formalizada no tal livrinho de reclamações do Ministério da Saúde.

Ora bem, logo após me ter cortado num copo e verificado que o corte estava bastante feio e a hemorragia difícil de controlar e como àquela hora (20 horas) o serviço de saúde do Bombarral já estar fechado, tive de recorrer ao hospital das Caldas da Rainha.

Fui de carro e não de ambulância, um dado importante como vão ver, por ser mais rápido, por causa das burocracias.

Chegados ao dito Hospital, a mão bem enfeixada em gaze e com uma toalha por causa da quantidade de sangue que ainda emergia do corte. Como não ia de ambulância, ora aqui está o que eu me referia, um pouco lá atrás, tive de fazer primeiro a ficha, depois a triagem e só na minha vez, iria ser atendida.

Claro os meus familiares acharam esta situação absurda, devido ao meu estado, e tentaram saber o motivo da demora para um caso de um corte daquele tamanho e hemorragia, a “simpática” enfermeira que estava na triagem disse que eu tinha de esperar a minha vez, ofereceu “simpaticamente” uma toalha para colocar no corte, mas como ela estava a fazer o seu trabalho e eu só iria atrapalhar o “sistema”!! Eu tinha de ESPERAR a minha vez!!! Que esperasse na sala de espera, juntamente com os outros doentes, poucos.

Depois de termos reclamado novamente, fui mandada entrar e esperar lá dentro, pela minha vez. Esperei, pacientemente, nada mais podia fazer, enquanto o meu filho fazia a devida reclamação no livro de reclamações do Hospital.

Quando chegou a minha vez, fui vista por um médico que por sua vez nada pode fazer, senão chamar um cirurgião. Que só veio passado uma hora!
Eu sempre a perder sangue!!
Havia poucos doentes na urgência do Hospital das Caldas!

Senti pela primeira vez, a indiferença, superioridade e má vontade, num estabelecimento de saúde aqui no Oeste. O doente é tratado como coisa menor, sem o mínimo de simpatia e cordialidade, por parte de todo o pessoal hospitalar, que lá estava àquela hora.

Superioridade e prepotência que baste!

Como se nós, utentes, fossemos, transparentes, ou coisa nenhuma. Senti que estes senhores estão vários patamares acima de nós (doentes) e como nós nos sentimos humilhados, sós e indefesos.

Um sorriso, uma palavra simpática, um gesto de solidariedade, custa assim tanto para esta gente, que trabalha num sector tão delicado?

Todos temos problemas laborais e particulares, então porque não os largamos por umas horas e somos menos amargos e fazemos os outros mais felizes?

Um Hospital não tem de ser obrigatoriamente um purgatório de lamentações, reivindicações, reclamações e má cara! Há locais para isso.

Tentem ser um pouquinho mais simpáticos meus Senhores, para melhorar este País, que se está a transformar em autómatos sem vida. Cada vez mais os Portugueses são gente amorfa e triste.

Um sorriso pode salvar uma vida!

Sorriam por favor, acabam por receber em troca outro sorriso.

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