Hoje isto vai em jeito de queixa!
Queixa de um cidadão que se tem de deslocar a um hospital, por motivo de urgência.
Queixa essa que foi formalizada no tal livrinho de reclamações do Ministério da Saúde.
Ora bem, logo após me ter cortado num copo e verificado que o corte estava bastante feio e a hemorragia difícil de controlar e como àquela hora (20 horas) o serviço de saúde do Bombarral já estar fechado, tive de recorrer ao hospital das Caldas da Rainha.
Fui de carro e não de ambulância, um dado importante como vão ver, por ser mais rápido, por causa das burocracias.
Chegados ao dito Hospital, a mão bem enfeixada em gaze e com uma toalha por causa da quantidade de sangue que ainda emergia do corte. Como não ia de ambulância, ora aqui está o que eu me referia, um pouco lá atrás, tive de fazer primeiro a ficha, depois a triagem e só na minha vez, iria ser atendida.
Claro os meus familiares acharam esta situação absurda, devido ao meu estado, e tentaram saber o motivo da demora para um caso de um corte daquele tamanho e hemorragia, a “simpática” enfermeira que estava na triagem disse que eu tinha de esperar a minha vez, ofereceu “simpaticamente” uma toalha para colocar no corte, mas como ela estava a fazer o seu trabalho e eu só iria atrapalhar o “sistema”!! Eu tinha de ESPERAR a minha vez!!! Que esperasse na sala de espera, juntamente com os outros doentes, poucos.
Depois de termos reclamado novamente, fui mandada entrar e esperar lá dentro, pela minha vez. Esperei, pacientemente, nada mais podia fazer, enquanto o meu filho fazia a devida reclamação no livro de reclamações do Hospital.
Quando chegou a minha vez, fui vista por um médico que por sua vez nada pode fazer, senão chamar um cirurgião. Que só veio passado uma hora!
Eu sempre a perder sangue!!
Havia poucos doentes na urgência do Hospital das Caldas!
Senti pela primeira vez, a indiferença, superioridade e má vontade, num estabelecimento de saúde aqui no Oeste. O doente é tratado como coisa menor, sem o mínimo de simpatia e cordialidade, por parte de todo o pessoal hospitalar, que lá estava àquela hora.
Superioridade e prepotência que baste!
Como se nós, utentes, fossemos, transparentes, ou coisa nenhuma. Senti que estes senhores estão vários patamares acima de nós (doentes) e como nós nos sentimos humilhados, sós e indefesos.
Um sorriso, uma palavra simpática, um gesto de solidariedade, custa assim tanto para esta gente, que trabalha num sector tão delicado?
Todos temos problemas laborais e particulares, então porque não os largamos por umas horas e somos menos amargos e fazemos os outros mais felizes?
Um Hospital não tem de ser obrigatoriamente um purgatório de lamentações, reivindicações, reclamações e má cara! Há locais para isso.
Tentem ser um pouquinho mais simpáticos meus Senhores, para melhorar este País, que se está a transformar em autómatos sem vida. Cada vez mais os Portugueses são gente amorfa e triste.
Um sorriso pode salvar uma vida!
Sorriam por favor, acabam por receber em troca outro sorriso.
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