terça-feira, dezembro 06, 2005

Velhos!


Velhos!

Arrastando os passos cansados
Levando no rosto enrugado, mil sonhos
O velho caminha, tropeça, hesita.
Como uma criança nos primeiros meses de vida
Caminha até o banco do jardim

Sentasse exausto no banco
O peito cansado
A vida foge-lhe por entre os dedos
Uma lágrima escorre-lhe pela face
Curtida pelo sol!
Saudades…

Do tempo perdido
Da infância,
Do amor,
Dos filhos,
Dos netos!

Tudo está longe,
Perdido nas grandes cidades.
Perdido no tempo
Nas redes de uma vida,
Que já foi tua
Sem paragens.

Olho para ti, velho de mãos vazias
Corpo frágil, curvado pelo peso dos anos
Olho para ti, e sinto uma amargura tamanha
Porque esperas?

Já foste jovem,
Cantaste ao vento, ao sol, à chuva.
Trabalhaste de sol a sol.
Deste pão a quem tinha fome,
Deste alegria e vida,
Deste amor e amaste.

Amaste perdidamente...
Todos os que te rodeavam,
Tinhas uma casa cheia,
Lembras-te?
Ah… como corriam as crianças!
Como riam as mulheres.
Falavam os homens!

De que falavam, lembras-te?
Da politica, baixinho, chiuuuu… era proibido!!
Da terra, das colheitas, do gado
Tanta coisa… e tu …
Tu comandavas tudo
Eras o maioral, eras o maior…
Agora…
Aqui sentado num banco de um jardim qualquer
Só…
Recordas, o tempo perdido
E essa lágrima teimosa
Que corre pala tua face,
São pedaços de vida
De vida perdida
E tu esperas…
Esperas!

Franky

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